O Museu Pergamon, em Berlim: guia de visitação

O Museu Pergamon, o mais importante da Ilha dos Museus, em Berlim, está longe de ser um museu comum. É um portal no tempo. Ao contrário de outros museus históricos, a visita não se restringe a encarar as peças por trás de uma vitrine fria. No Pergamon, você entra no acervo, toca e interage com ele.

A estrela ali é, sem dúvidas, o Altar de Pérgamo, construção de proporções monumentais dedicada a Zeus, erguida em uma cidade de mesmo nome, parte da Grécia Antiga, no século 2 a.C. Você pode subir as escadarias, sentar-se nelas e deixar a imaginação viajar para os tempos do Império Grego. É possível ver bem de perto os frisos em baixo-relevo, com mais de 100 metros, que formam uma cena de batalha entre deuses e gigantes da mitologia grega.

Veja também: Conheça a Ilha dos Museus, em Berlim

Museu Pergamon em Berlim

Hoje a região onde ficava o altar pertence à Turquia. No final do século 19, a Alemanha liderou uma escavação para resgatar a obra, restaurá-la e reconstruir as partes perdidas. O Museu Pergamon só ficou pronto décadas mais tarde, em 1930, com um projeto arquitetônico inspirado no altar.

Hoje, é o museu mais visitado da Alemanha, recebendo mais de um milhão de pessoas todos os anos. Mas, até 2020, os visitantes terão que se contentar com as outras relíquias do museu: desde o ano passado, a área que abriga o Altar de Pergamon está fechada para reformas.

Altar de Pergamon - Museu de Berlim

Acervo e coleções do Museu Pergamon

Na sala seguinte, o portão do Mercado de Mileto é outro destaque de peso. O lugar era um importante mercado de uma região onde onde hoje também é a Turquia, famoso, principalmente, por seus produtos de lã. A obra tem 30 metros de largura e 16 de altura e era ornamentada com fachada de mármore, estátuas e mosaicos.

O resgate ocorreu no início do século 20 e a reconstrução foi praticamente completa: o portão do Mercado de Mileto havia sido destruído por um terremoto em algum momento entre os séculos 10 e 11.

Porta do Mercado de Mileto - Museu Pergamon

O que me impressionou mesmo no museu, no entanto, foi passar debaixo dos portões da Babilônia – ou pelo menos de um deles. Acho que é porque eu não estava esperando dar de cara com aquilo ali, para falar a verdade. Só isso para explicar o estranho efeito que a visão teve em mim: uma vontade de rir e chorar ao mesmo tempo.

A Porta de Ishtar, dedicada à deusa da fertilidade, era uma das principais entradas da cidade antiga. É fácil imaginar, que, por debaixo daqueles arcos imponentes passaram grandes nomes da história mundial, como Ciro e Alexandre.

Portão da Babilônia - Museu Pergamon Berlim

Mas é bom lembrar que a reconstrução não é totalmente fiel. Na obra original, a porta tinha quase 50 metros de espessura, o que significa que para atravessa-la e de fato entrar na cidade, você tinha que percorrer todos esses metros. Já imaginou? A sala também reproduz os tijolos azuis e gravuras da Via Processional, o caminho que levava até a porta e que era muito usado em celebrações religiosas.

Porta da Babilônia - Museu Pergamon em Berlim

Além dos três destaques principais, o Museu Pergamon conta ainda com diversas peças arqueológicas interessantes. Seu acervo está dividido em três coleções: Antiguidades Clássicas, Antiguidades do Oriente Próximo e o Arte Islâmica. Não deixe de dar uma olhada na fachada de Mshatta, um antigo palácio da Jordânia; os mosaicos do Santuário de Eanna e nas reconstruções das colunas da Grécia Antiga.

Como visitar o Museu Pergamon

O Museu Pergamon abre todos os dias, das 10h às 18h. Às quintas-feiras vai até mais tarde – fecha às 21h. O ingresso da exposição permanente custa 12 euros. Já o ticket que vale para todos os museus da Ilha dos Museus sai a 18 euros. Lembrando que o museu está em reformas e isso tem aumentado bastante o tempo de espera, conforme informado no site oficial. Os ingressos já incluem um audio-guide em inglês ou alemão, o que ajuda muito a entender melhor a visita.

Chegar lá é fácil. Basta perguntar pela Ilha dos Museus. As estações de metrô ali perto são a U-Bahn U6 (Friedrichstraße), S-Bahn S1, S2, S25 (Friedrichstraße); S5, S7, S75 (Hackescher Markt). Também dá para ir de tram – linhas M1, 12 (Am Kupfergraben); M4, M5, M6 (Hackescher Markt) – ou de ônibus – TXL (Staatsoper); 100, 200 (Lustgarten); 147 (Friedrichstraße).

Inscreva-se na nossa newsletter

Avalie este post

Compartilhe!







Eu quero

Clique e saiba como.

 




Natália Becattini

Sou jornalista, escritora e nômade. Viajo o mundo contando histórias e provando cervejas locais desde 2010. Além do 360meridianos, também falo de viagens na newsletter Migraciones e no Youtube. Vem trocar uma ideia comigo no Instagram. Você encontra tudo isso e mais um pouco no meu Site Oficial.

  • 360 nas redes
  • Facebook
  • YouTube
  • Instagram
  • Twitter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

18 comentários sobre o texto “O Museu Pergamon, em Berlim: guia de visitação

  1. Olá, Natália. Irei à Berlim maio/2018 e comprarei o Museum Pass de 3 dias quando chegar na cidade. Tendo em vista as filas enormes, como faço para agendar a entrada no Pergamum Museum, considerando que eu ainda não tenho em mãos os Museum Pass?

    Parabéns pelo Blog!

  2. Natália!

    No site oficial do museu Pergamon existe dois tipos de bilhetes Pergamonmuseum regulär €12,00 e Pergamonmuseum ermäßigt €6. Não consegui entender a diferença entre eles. Além disso, quando simulei compra o site exigiu marcação de hora. Isso significa que se houver algum contratempo não conseguir chegar a tempo não poderei entrar? Grato.

    1. Fabiano,

      O ticket no valor de 6 reais é a famosa meia entrada para estudantes.
      Na hora de marcar o horário, no site diz que há uma tolerância de 30 minutos.

      Abraços

      1. Natália,

        Ainda tenho duas dúvidas. Há limite de idade para desconto de estudantes? A carteira de estudante do Brasil é válida ou tem que ser internacional?

        1. Fabiano,

          No exterior, sempre leve a carteira internacional, por garantia. Não encontrei nenhuma restrição de idade para estudantes. Quando existe, costuma ser de 25 anos.

          Abraços

  3. Estive em Berlim em setembro último e visitei o Museu Pergamo.
    Fiquei impressionada com a beleza e conservação das peças. Não é um Museu comum o que torna sua visita algo extraordinário.Pretendo voltar.
    Adorei seu post.
    Abraços

  4. Boa tarde!
    Estou comprando o ticket para o Pergamon pelo ticketbar, porém eu gostaria de saber se o ticket vem sem data para entrada, pois ao tentar comprar pelo site oficial, tem um calendário solicitando a data. Agora fiquei confusa. Poderiam me tirar esta dúvida? Muito obrigada.

    1. Ei Danielle, quando é necessário reservar um horário, o ticketbar mostra essa opção. Nos outros casos podem ser usados em qualquer dia.

      Abraços!

      1. Olá Natália! Muito obrigada pela pronta resposta! Só estava esperando tirar esta dúvida para comprar o ticket. Agora, lá vou eu. Obrigada novamente! Abraços!

  5. Apesar de ter minhas questoes pessoas sobre a posse desse tipo de “peça” em museus que nao estão localizados nos países de onde elas são originárias, adorei o post. Realmente a sensação deve ser indescritível!

    Uma sugestão: você poderia fazer um post sobre essa ilha de museus (se é que ainda não fez). Só o nome já me deixou curiosa. Óbvio que posso googlar, mas adoro a perspectiva do 360 nesses assuntos.

    Beijão!

    1. Dani, também não gosto muito dessa história de países ricos se apropriarem de patrimônio histórico e cultural dos outros. Mas ter todas essas coisas por perto foi de fato incrível.

      Abraços!

2018. 360meridianos. Todos os direitos reservados. UX/UI design por Amí Comunicação & Design e desenvolvimento por Douglas Mofet.