Talvez o mundo não fosse o que é hoje, não fossem os cafés em Viena. Esses espaços eram muito mais que belas casas onde se servia café e tortas. Eram lugares onde intelectuais se encontravam para conversar e de onde boas ideias (ou até más ideias) surgiam, eram discutidas e, bem, eram capazes de mudar o mundo.
Desde 2011 a “Wiener Kaffeehauskultur” ou Cultura Vienense das Casas de Café, é considerada Patrimônio de Cultura Intangível pela UNESCO. Sua posição nessa lista é descrita como “lugar onde o tempo e o espaço são consumidos, mas somente o café vai para a conta”.
O porque disso é que no final do século 19 e início do século 20, Viena, capital do Império Austro Húngaro, era uma mistura cultural, com dois milhões de residentes, dos quais mais da metade vinham de países vizinhos. Mais de 12 idiomas eram falados na capital. Foi nesse contexto que a cultura do café, as noções de debate e discussão se tornaram para sempre uma parte da vida em Viena.
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A comunidade intelectual era bem conhecida entre si e todo mundo que era alguém, ou queria ser alguém, frequentava os espaços. E quem eram essas pessoas? Bem, em 1913, o hoje tradicional Café Central era frequentado por figuras como Adolf Hitler, Leon Trotsky, Joseph Tito, Joseph Stalin e Sigmund Freud (apesar de o lugar favorito do psicanalista ser o Cafe Landtmann).
O Café Central em Viena
O Café Central abriu em Viena em 1876 e seu elegante salão deve ser um lugar interessantíssimo para se visitar numa viagem ao tempo. Imagine as discussões que rolavam por lá? Lembrando que todos esses homens que eu citei ali acima ainda não eram conhecidos pela história. Estavam ali conversando e provavelmente discutindo ou ouvindo as discussões de fragmentos de ideias que mudaram o curso do século 20. Afinal, um ano depois, em 1914, estourou a Primeira Guerra Mundial e em 1917 a Revolução Russa. Essa matéria da BBC (em inglês), conta um pouco mais dessa história.
No final da Segunda Guerra, o Café Central foi fechado, mas nos anos 1970, o edifício onde fica localizado, o Palais Ferstel, foi renovado e o espaço foi reaberto, mas em uma parte diferente do prédio. Ou seja, mesmo quem frequenta o lugar hoje, não estará exatamente na mesma mesa que os pensadores do passado. O endereço do Café Central é Herrengasse, 14.
E vale a pena ir até lá? Oh, se vale! Os cafés em Viena continuam sendo um lugar para longas conversas, escrever, pensar ou ler um jornal tranquilamente. Mesmo no movimentando e cheio de turistas Café Central, isso não é mal visto. Além disso, as tortas doces do local são simplesmente deliciosas e o salão encantador. Só não fique triste se o garçom for meio rude com vocês. Assim como os cafés, eles são uma instituição tradicional em Viena.
Se você quer conhecer outros cafés tradicionais em Viena, dá uma olhada nessa listinha da Wikipedia:
Kaffee Alt Wien, Bäckerstraße 9
Café Bräunerhof, Stallburggasse 2
Café Central, Herrengasse 14
Café Griensteidl, Michaelerplatz 2
Café Demel, Kohlmarkt 14
Café Hawelka, Dorotheergasse 6
Café Landtmann, Universitätsring 4
Café Sacher, Philharmonikerstraße 4
Café Schwarzenberg, Kärntner Ring 17
Café Sperl, Gumpendorferstraße 11
Café Museum, Operngasse 7
Uma lista ainda mais completa, de todos os cafés no Centro Histórico da cidade, está no site oficial do Turismo de Viena.
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Ao contrário do usual, o garçom que nos atendeu era um velhinho extremamente bem humorado, que seria cantando.
O local vale a pena
obrigada por vir nos contar Aida!
Os garçons rudes?! Mas segundo me dizem os vienenses são mais educados que os alemães… Aliás ,fui numa excursão para Viena , achei os vienenses sérios mas não chegam a ser rudes, não sei precisar pq não frequentei os cafés já que tomava café no próprio hotel, mas darei uma verificada … Claro que sua percepção é mais precisa que a minha pq fiquei pouco em Viena , quero voltar pra ver e visitar um dia . No geral gostei de lá . Você achou os vieneses rudes exatamente nos cafés chiques ou no geral , me tire a dúvida?! bjs
Oi Rosely,
Acho que não ficou muito claro, mas o comentário sobre os garçons foi meio piada. É que existe um entendimento entre os vienenses que os garçons são rudes e que quem tem razão são eles, não os clientes. Várias pessoas lá me disseram isso e o guia que eu li durante minha viagem também. Eu não tive essa experiência, mas também não estava esperando que eles fossem atenciosos e amáveis como os garçons brasileiros costumam ser.