Neste texto você vai descobrir o que fazer em São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil. Cheia de cultura e boa gastronomia, a cidade também é carregada de história.
Com vários locais tombados pelo IPHAN (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional), ela conta com um Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco, a praça São Francisco.
A cidade foi fundada no século 16, bem no período da aliança Ibérica, na época das capitanias hereditárias.
No dia 8 de julho de 1820, através de decreto de Dom João VI, Sergipe foi emancipado da Bahia, sendo elevado à categoria de Província do Império do Brasil e tonando São Cristóvão a capital do estado.
Anos depois, ela perdeu o posto de capital sergipana para Aracaju e, ao longo do tempo, continuou a perder outras partes do território para a cidade vizinha.
O que você precisa saber sobre São Cristóvão:
Qual é a cidade mais antiga de Sergipe?
São Cristóvão não é somente a cidade mais antiga de Sergipe, mas também uma das mais antigas do Brasil. É quarta cidade mais velha do país, sendo fundada em 1º de janeiro de 1590, pelo capitão português Cristóvão de Barros, a cidade só fica atrás de Salvador, Rio de Janeiro e João Pessoa.
Por que São Cristóvão deixou de ser capital de Sergipe?
Com a emancipação do estado de Sergipe em 1820, que deixou de ser território baiano, a cidade se tornou-se oficialmente a capital do estado.
Mas ainda na primeira metade do século 19, com o intuito de arrumar um local onde fosse mais fácil construir um grande porto para que pudessem escoar a produção de açúcar, maior produto produzido no estado, as coisas começaram a mudar.
Foi assim que os senhores de engenho elegeram Aracaju como a nova capital sergipana. A mudança foi oficializada em 17 de março de 1855.
Qual a distância de Aracaju para São Cristóvão?
Se você estiver em Aracaju, na região da Orla da Atalaia, a distância até a Praça São Francisco, principal ponto da cidade, é de 30 km.
O que fazer em São Cristóvão
1. Museu de Arte Sacra
Foi fundado em 14 de abril de 1974 pelo arcebispo de Aracaju, Dom Luciano José Cabral Duarte. Ele abriga mais de 500 peças históricas, de ouro e prata, datadas do século 18 até o século 20, que foram doadas tanto por outras igrejas quanto pela população, além de artefatos que preservam a cultura local e como a fé é representada por ela.
O museu ocupa hoje o que era a antiga Capela da Ordem Terceira. Se você estiver na praça São Francisco, ele estará logo à esquerda do Convento São Francisco.
2. Praça São Francisco
Provavelmente ela será o seu ponto de partida pra desbravar o centro histórico de São Cristóvão. Nela, que é declarada como Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco, você poderá observar prédios históricos, o Museu de Arte Sacra, restaurantes dos mais variados tipos e os famosos ladrilhos, que vão te levar por todos os pontos do centro da cidade.
Criada na época colonial, ela tem o conceito de “Plaza Mayor”, assim como foi feito nas cidades coloniais da América hispânica e possui um padrão urbano-português de cidade colonial, mostrando a herança do período Ibérico no país.
3. Praça da Matriz
Um coreto, uma igreja, bancos de praça e vendas ao redor, o verdadeiro conceito de praça em cidade histórica. Oficialmente chamada de Praça Getúlio Vargas, ela abriga além da Igreja Matriz, vários prédios da prefeitura e a fábrica de melhor queijada da cidade.
4. Igreja da Matriz
Datada de 1608, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Além da igreja que compõe a paisagem da Praça da Matriz, há também a Casa Paroquial, construída em 1846, que também faz parte do lado histórico de São Cristóvão.
5. Casa da Queijada
Ainda andando pela Praça da Matriz, não deixe de conhecer a história da famosa queijadinha da dona Marieta, que já virou Patrimônio Imaterial de Sergipe. São quatro gerações de mulheres que levam a história desse doce, que carrega toda a tradição da família.
Criada nas senzalas da cidade, a queijada está na vida dos moradores há mais de 200 anos. Apesar do nome, a guloseima sergipana não leva o principal ingrediente de outro doce de mesmo nome, mas que é feito lá em Portugal.
Na versão brasileira, criada por pessoas escravizadas, foi preciso substituir o queijo, considerado um produto de elite na época, por coco, um produto que era abundante na região e que acabou resultando em uma versão muito mais gostosa – pelo menos eu acho – do mesmo doce.
Não deixe de experimentar e conhecer a Casa da Queijada.
6. Memorial da Irmã Dulce
Para quem não sabe, eu mesma não sabia, a história da primeira santa brasileira se iniciou em São Cristóvão. Apesar de ser baiana, o local onde ela começou a sua vida religiosa e passou a maior parte dela, foi o Convento de Nossa Senhora do Carmo. Além disso, o primeiro milagre atribuído a Santa foi em terras sergipanas.
O memorial está situado dentro do convento, na gruta onde era o ponto de refúgio da jovem Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, que viria a ser conhecida como Irmã Dulce. O local é aberto ao público e conta com representações dos objetos sagrados que marcaram a passagem da santa por lá.
7. Casa do Beijú
Bejú, beiju, beijú. Não importa com qual nome ele é chamado, esse é outro doce que carrega a tradição sergipana e eleva o nome da cidade. Uma tradição que é passada pelas gerações das famílias, ele é uma herança histórica do município.
Assim como a queijada, esse doce também leva o coco, alimento que era facilmente encontrado na região, misturado agora à mandioca, em forma de farinha de tapioca. Quando estiver em São Cristóvão, não deixe de conhecer a Casa do Beijú.
8. Pôr do sol no Cristo
O Cristo Redentor mais velho do Brasil está em São Cristóvão, acredite. E sim, eu também fiquei de queixo caído quando me disseram isso. 5 anos mais velho que o Cristo do Rio de Janeiro, ele foi inaugurado em 1926 e fica no alto do São Gonçalo, no bairro Romualdo Prado, a 90 metros de altura.
O Cristo sergipano recentemente passou por um processo de revitalização, juntamente com a praça onde ele está localizado, virando assim uma parada quase que obrigatória na cidade pra quem quer ver um belo pôr do sol.
9. Nivaldo Oliveira: ateliê de xilogravura
Artista plástico, restaurador e especialista em xilogravura, Nivaldo é dono do ateliê mais procurado na cidade. Se quiser conhecer mais sobre o artista, siga-o no Instagram.
No local ele conta com entusiamo sobre a origem da técnica e mostra as obras assinadas por ele. Tem desde os desenhos menores até quadros gigantes! E com os mais variados valores.
A xilogravura é uma técnica de arte onde uma imagem é entalhada na madeira e, com a ajuda de um rolo de borracha, é passada a tinta que irá tocar somente as partes do papel ou material a ser pintado, revelando então a pintura. A técnica é milenar e muito parecida com um carimbo.
Como chegar em São Cristóvão, Sergipe
Como disse lá em cima, 30 km separam a região hoteleira de Aracaju da principal praça de São Cristóvão. Sabendo disso, você poderá escolher a melhor forma de chegar na cidade.
De transporte público, tem ônibus saindo direto do Terminal Zona Oeste, em Aracaju e parando no Terminal Rodoviário Erundino Prado, em São Cristóvão. A viagem dura cerca de 35 minutos.
Se quiser comodidade, pode ir com alguma agência de turismo. Eu fui com o pessoal da TopTur, em um tour bate e volta a partir de Aracaju, um passeio com 5h30 de duração. O valor é por pessoa, R$174.
Para quem busca autonomia, mas não abre mão do conforto, a melhor opção é alugar um carro. O trajeto entre as duas cidades é curto, durando de 30 a 40 minutos, saindo da região hoteleira.
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Onde comer em São Cristóvão, Sergipe
Na Praça São Francisco você vai encontrar cafés, restaurantes e várias opções para matar fome e sair de lá com gostinho de quero mais!
Além das casas de doces, a gente esteve também na Ivora Pizzaria e comemos duas maravilhosas opções de pizzas com ingredientes tradicionais: uma pizza de carne de sol com banana e outra de aratu, um pequeno tipo de caranguejo que é típico da região.
O Pôr do sol restaurante é especializado em comida regional e tem um ambiente super agradável, música ao vivo e um visual deslumbrante.
A Casa da Mulher Lúcia Matossa é um restaurante e espaço cultural que tem além de comida regional regada a muitos frutos do mar, também tem pizza no cardápio, bons drinks e música ao vivo pra dar alegria ao espaço.
Onde ficar em São Cristóvão: pousadas na cidade
Por ser uma cidade relativamente pequena, quem não quiser ir de bate e volta a partir de Aracaju e quiser esticar a estadia por lá, pode buscar acomodações no entorno da Praça São Francisco. De lá dá pra conhecer a maior parte dos pontos turísticos caminhando.
- Vila Barroca Estalagem – Com ambiente familiar, essa pousada fica no centro histórico e possui ótima avaliação. A partir de R$190
- Vila Marés – Quartos com varanda e vista para o rio. A partir de R$220
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