Terra de sabores amazônicos, do açaí, do tucupi e do tacacá. Qualquer viagem ao Pará é gastronômica, do início ao fim. E não estranhe se sua boca tremer – isso é efeito do jambu, uma erva amazônica capaz de causar formigamento na língua e nos lábios e que é comum na culinária paraense.
Estive no Pará, que é quase outro país, duas vezes. E me apaixonei por essa parte (enorme) do Brasil. O meu estômago, claro, foi o primeiro território a ser conquistado. E talvez seja ele que esteja com mais vontade de voltar.
Neste texto você vai saber onde comer em Belém, mas devo dizer que esta lista não é – e nem pretende ser – um guia definitivo da gastronomia da cidade. Listei apenas lugares que conheci e gostei. Lugares que, tenho certeza, você também vai adorar conhecer.
Portinha
É exatamente o que o nome indica: uma portinha no meio da Cidade Velha. Do outro lado da portinha há uma mesa, algumas cadeiras e um balcão. A Portinha se abre toda sexta, sábado e domingo, dias em que o proprietário, o Manoel Domingos Júnior, vende cerca de 500 de seus famosos salgados, todos produzidos com temperos e sabores amazônicos, além de alguns pratos regionais.
O lugar é simples, o preço é honesto, os talhares são de plástico, mas a comida é ótima. É por isso que a Portinha é recomendada por guias, sites, blogs de viagem e pelos moradores de Belém. Quem me levou lá foi a Cândida, leitora do blog que é de Belém e sabe quais lugares indicar. A Portinha fica na Rua Doutor Malcher, 463.
Amazon Beer
Um dos principais pontos turísticos de Belém. Essa é a Estação das Docas, que está sempre lotada de moradores e visitantes. Antigo porto da cidade, o local foi revitalizado e ganhou áreas de lazer, restaurantes, bares e um calçadão charmoso de frente para a Baía do Guajará.
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A Amazon Beer é a melhor opção por ali. Vá no fim do dia e procure por uma mesa do lado de fora – você perde o ar-condicionado, mas ganha o pôr do sol. Eu comi por lá duas ou três vezes, sempre acompanhado das cervejas amazônicas que são feitas na própria Estação das Docas. Se sobrar espaço, termine o dia com um sorvete da Cairu. Recomendo o de açaí.
A Amazon Beer funciona a partir das 17h (de segunda a quinta). A farra começa às 16h na sexta, enquanto sábados e domingos contam com cerveja gelada a partir das 11h.
Manjar das Garças
Inaugurado em 2005, o Mangal das Garças é uma enorme área verde em frente ao rio Guamá e dentro do Centro Histórico de Belém. É nesse parque que funciona um dos melhores restaurantes da cidade, o Manjar das Garças.
Mangal das Garças
O Manjar das Garças serve almoço, mas no esquema buffet. O preço é fixo (na casa dos R$ 70 por pessoa). Não é barato, mas as opções são fartas e, o melhor, são regionais. Vale muito a pena – se você só puder investir numa boa refeição para conhecer os sabores do Pará, esse é o lugar. Quando eu voltar lá, no entanto, faço questão de ir no jantar, quando há opção à la carte. Ouvi ótimas recomendações do filhote assado com crosta de amêndoas e risoto de jambu.
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Restaurante Avenida
Esse é vizinho da Basílica de Nazaré. Conheci o Restaurante Avenida na minha segunda passagem por Belém, em 2017. É um estabelecimento tradicional, com décadas de funcionamento, e daqueles sem nada de muito especial na decoração. Mas a comida é boa. A especialidade da casa são os pratos típicos paraenses, em especial os que envolvem peixes e outros frutos do mar, digo, dos rios. Espere gastar em torno de R$ 60 por pessoa. Fica na Avenida Nazaré, 1086, e funciona todos os dias, para almoço e jantar.
Ilha do Combu
Os barcos ficam lotados nos finais de semana. É que cerca de 700 pessoas aproveitam a folga para atravessar o rio Guamá e curtir o dia num dos restaurantes da Ilha do Combu, uma área de proteção ambiental que fica de frente para Belém. A travessia dura 10 minutos e é feita em barcos de pequeno porte que saem da Praça Princesa Isabel.
Um dos restaurantes mais famosos é o Saldosa Maloca (assim mesmo, com L e não com U). Eu também estive em outro, também pertinho, o Combu da Amazônia. Peça um peixe da região, tipo o filhote, e procure por temperos típicos. Outra opção é aproveitar um caranguejo no toc-toc (cinco caranguejos por R$ 35).
Açaí com peixe frito no Ver-o-Peso
Não faz essa cara. Eu sei que o resto do Brasil jamais juntaria açaí com peixe frito, mas quem somos nós pra julgar? Afinal, ninguém entende mais do fruto que o Pará. E lá o açaí combina com peixe, sim.
Se existe uma comida que você precisa provar em Belém, pode ter certeza que essa comida é o açaí à moda paraense. E essa moda é variada e quase onipresente, portanto prove todo tipo de açaí que você puder.
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Existem inúmeros lugares para encarar o combo açaí com peixe. O mais tradicional, mas não exatamente o melhor, é no Ver-o-Peso, o mercado mais incrível que já visitei. Se você quiser fazer uma coisa bem típica, pode saber que é lá que você achará sua refeição.
Outro lugar recomendado para a experiência, mas que eu não testei, é o Point do Açaí, que tem três lojas na cidade. É a opção para quem prefere um lugar mais, digamos, limpinho.
Meu Garoto
Por fim, nada melhor que uma dica de bar. O Meu Garoto é um dos botecos tradicionais de Belém. É um botecão mesmo, com gente bebendo em pé até a rua lotar. São dois endereços. Eu estive no da Cidade Velha, que fica na Rua Senador Manoel Barata, a poucos passos de três hostels.
Além de provar as porções do bar, leve para casa uma garrafa de Cachaça de Jambu, um produto made in Meu Garoto. Se você não se lembra, o jambu é aquela erva que deixa a boca formigando. Agora, pense no poder de uma cachaça assim. E, mais que isso, experimente.
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Visitar Belém = comer muito = comer bem! Venham a Belém os famintos que serão todos saciados! Ei Rafa, nem provaste a pizza de jambu com camarão.
Ficou pra próxima, Cândida. 🙂
Essa pizza deve ser fantástica.
Abraço.