Sabe aqueles ônibus turísticos vermelhos, de dois andares e com o segundo andar com parte do teto aberto, de forma a permitir que os passageiros possam observar e tirar fotos de tudo, sem obstáculos? Nunca gostei desses ônibus.
Não tenho nada contra quem gosta e entendo as razões dessas pessoas, mas sempre achei este tipo de tour um gasto desnecessário de grana e uma economia desnecessária de pé. Quando viajo, gosto de caminhar. Percorro distâncias que moradores da própria cidade julgariam intransponíveis. Para mim, não há forma melhor de conhecer uma cidade. E se a distância é muito grande, inviável até para quem está acostumado com o “ali de mineiro”, aí minha saída é simples e igualmente econômica – transporte público.
Veja também: Por que o ônibus Hop-on Hop-off costuma ser uma furada
Toda essa introdução é para dizer que usei o Hop-On Hop-Off de Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul. E por mais que eu continue com todas as opiniões acima, acho que o serviço é uma boa opção para se locomover entre essas cidades.
Gramado e Canela são cidades irmãs, separadas por apenas sete quilômetros de rodovia, via Avenida das Hortênsias. O problema é que muitas das atrações da região estão espalhadas – há lugares interessantes em Gramado, em Canela e no meio do caminho entre as cidades.
Quem vai de carro não enfrenta dificuldades. Basta deixá-lo parado quando for percorrer as atrações dos centrinhos das duas cidades e pegar o volante quando o roteiro incluir atrações mais distantes, como o Snowland e o Parque Estadual do Caracol. Por falar nisso, se você resolver alugar um carro em Porto Alegre – eu fiz isso em uma ocasião – nesse texto aqui explicamos como garantir a diária do veículo com melhor custo/benefício.
Cascata do Caracol, em Canela
Se você não estiver de carro, aí a situação fica mais complicada. Há uma linha de ônibus comum entre as duas cidades. Basta ir até a rodoviária e pagar a passagem, que custa R$ 3, e entrar no veículo. Há uma saída a cada 20 minutos durante boa parte do dia, mas depois que anoitece a freqüência cai.
O problema é que essa linha, embora ligue as duas cidades e te permita conhecer todas as atrações que ficam no meio do caminho, não alcança atrações mais distantes. Os ônibus que fazem estes trechos são mais raros e a frequência é bem menor. Por exemplo, o ônibus que vai ao Parque Estadual do Caracol sai da rodoviária de Canela, mas tem apenas duas saídas diárias.
Percebeu como o Hop-On Hop-Off se torna a melhor alternativa? O serviço, lançado em 2013, facilitou a vida do turista que visita Gramado e Canela sem carro. São quatro ônibus turísticos, que circulam entre as duas cidades todos os dias, entre 8h15 e 18h30. Há paradas em 37 atrações da região, inclusive as mais distantes e que não são atendidas pela principal linha de ônibus urbanos, como o Snowland, os Cristais de Gramado, o Parque Vale dos Dinossauros, a Cascata do Caracol e os Bondinhos Aéreos.
Veja também: Onde ficar em Gramado
Snowland, em Gramado
Você compra o ticket (pode ser feito online, nas bilheterias ou até mesmo dentro do veículo), entra no ônibus em qualquer ponto e pode descer em qualquer parada. Assim que sair da atração que te interessou, basta voltar ao ponto e entrar no veículo seguinte. Todos os passageiros ganham um mapa da linha e um quadro de horários, que ajuda na organização. Além disso, nos pontos do ônibus também há a indicação dos horários da linha.
Como é tradicional no Hop-On Hop-Off, o sistema de áudio do veículo conta um pouco da história da região e fala sobre cada uma das atrações. Além disso, uma pessoa da empresa fica dentro do ônibus, para ajudar na entrada, conferir tickets e dar informações sobre os atrativos da próxima parada. O ingresso do ônibus turístico dá descontos ou brindes na entrada de algumas atrações.
Ônibus turístico Gramado e Canela: informações práticas
A passagem do BusTour custa R$ 69 por pessoa. Fica mais barato se você comprar o ticket para mais dias: R$ 109 para dois dias e R$ 139 para três dias. O passaporte não precisa ser usado em dias consecutivos – você pode usá-lo dentro de um período de oito dias a partir da data da compra.
Outro passe interessante é o Família, que custa R$159 e permite a entrada de um casal + um filho de até 12 anos. Há uma taxa extra de R$ 59 por crianças a mais ou com mais de 12 anos. Confira a rota, os horários dos ônibus e compre seu ingresso online no site oficial.
O ônibus leva três horas para percorrer as mais de 30 paradas e voltar ao ponto inicial. Como você provavelmente vai descer do veículo, o ideal é começar o passeio cedo, no início da manhã, para ter tempo de fazer todas as paradas que desejar. Sugiro paradas em atrações como o Mini Mundo, o Lago Negro e o Reino do Chocolate, ainda na parte da manhã. Não é preciso mais que 40 minutos em cada um desses lugares, o que torna possível que você pegue o próximo ônibus.
Mini Mundo, Gramado
Depois, uma parada em Canela, de preferência na hora do almoço, que pode ser seguida por um pit stop estratégico no Parque do Caracol e nos Bondinhos Aéreos. E ainda há muitas atrações, que você pode encaixar no roteiro conforme sua preferência e disponibilidade. O Snowland é o único complicador, já que o passeio no parque de neve costuma demorar e pode fazer com que você não consiga fazer mais paradas ao longo do percurso do ônibus.
Você já foi em Gramado e Canela? Quais são suas atrações favoritas nas cidades? Deixe a dica para os próximos viajantes.
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Muito úteis suas dicas rafael!!vou tentar unir os locais de acesso mais difícil para quem está a pé em gramado!como lago negro,parque do caracol e bondinhos aéreos !!obrigada pelas dicas!os cristais e o parque dos dinossauros valem a pena???
É a melhor estratégia. Rachel.
Não conheci esses dois parques, então não sei dizer. 🙂
Lá em Curitiba ,eu usei Hop-On Hop-Off e gostei.Eu imagino que não seria tão fácil se locomover,como é no Rio.Eu que sou uma criança adulta,amei o segundo andar do veículo sem teto,batia um vento maravilhoso! Deu para visualizar algumas atrações de dentro do onibus e decidir se valia a pena descer.
haha! O segundo andar desse tipo de ônibus é bem legal mesmo.
Não conheço Curitiba. Tenho que ir.
Abraço, Natália.
Você utilizou o bustour?
Sim, Flaviano. As fotos e o relato são da minha experiência lá.
Abraço