“Em 1987, esteve neste carro Sua Santidade, o Papa João Paulo II”. Embora a inscrição não seja exatamente essa, é basicamente isso que diz a placa dentro de um dos carros do funicular do Cerro San Cristóbal. O Papa esteve ali durante a visita que fez à capital do Chile. Como o Cerro – palavra espanhola que significa morro ou colina – é o melhor mirante da cidade, além de guardar um dos templos católicos mais importantes do país, era natural que o pontífice polonês passasse por lá. E você, caro viajante, deve fazer o mesmo: esse é um dos mais interessantes passeios em Santiago. Por quê?
Bem, para começo de conversa, por causa da vista, que é espetacular. Ó:
O Cerro San Cristóbal é o segundo ponto mais alto de Santiago, com 845 metros. Exatamente por isso, é um lugar importante para os chilenos há séculos. O morro já era considerado sagrado por populações pré-colombianas que viveram ali, sentimento que foi ampliado quando os espanhóis fundaram a cidade, em 1541. Não demorou até que uma enorme cruz de madeira fosse colocada no morro que observa a cidade.
Já no século 20, foi inciado um movimento pela, digamos, canonização definitiva do morro. Foi assim que, em 1908, foi inaugurado o Santuario de la Inmaculada Concepción del Cerro San Cristóbal, um espaço no topo do morro que nada mais é do que o tal templo que o Papa visitou, na década de 80. De lá, uma de Maria com 22,30 metros (incluindo o pedestal) abençoa a cidade, mais ou menos como o Cristo Redentor faz com o Rio de Janeiro. Além da imagem, ali fica uma igreja, onde uma missa é realizada todos os domingos, sempre às 10h30.
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“Mas e se eu não for religioso?”
Pois é, eu não sou. E embora o Cerro San Cristóbal tenha mesmo um lado interessante para católicos, continua sendo um passeio ótimo para quem não é. Após a criação do Santuário, o governo da cidade transformou toda a área do morro – e mais uma grande área ao redor, incluindo outros cerros – no Parque Metropolitano de Santiago. Por isso, ali você vai encontrar também um mirante, o zoológico da cidade, piscinas, áreas de lazer e uma enorme área verde, conjunto que forma um dos maiores parques urbanos do mundo.
Todos os domingos, o Cerro San Cristóbal lota. Os chilenos vão aos montes para lá, doidos para aproveitar a folga, praticar esportes e, claro, admirar o visual. Lanchonetes no topo do morro ajudam a manter a galera interessada, embora o astro do local seja mesmo o pôr do sol. E as cores de Santiago, claro.
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Como chegar ao Cerro San Cristóbal
A forma mais comum, principalmente para turistas, é de funicular, uma espécie de trem que sobe o morro. Foi assim que eu cheguei ao topo, nas duas vezes que estive na cidade. Como dito no começo do texto, esse também foi o caminho escolhido por João Paulo II.
Se optar por ir de funicular, desça na estação Baquedano do metrô (Linhas 1 e 5). Caminhe por 15 minutos até a entrada do parque, que fica na rua Pio Nono, 445. Lá você verá a primeira estação do funicular. A entrada custa dois mil pesos chilenos (cerca de 11 reais) nos dias de semana e um pouco mais (2600 pesos) nos fins de semana. O funicular funciona de 13h às 19h no verão e das 13h às 20h no inverno.
Informações práticas anotadas, é hora de entrar no funicular. São três estações: a primeira, no pé do morro, a segunda, no meio do caminho e que serve ao Zoológico de Santiago, e a no topo do morro, onde fica o mirante e o Santuário.
Se você resolver ir ao zoológico, tenha em mente que a entrada é comprada separadamente (cerca de três mil pesos) e que há um horário de funcionamento próprio.
Ao descer na última estação, você dará de cara com um mirante. Se você subir mais alguns degraus, chegará também ao santuário, onde está a imagem da santa. Nos dois locais a vista é linda.
Embora o próprio funicular seja uma atração, muita gente – principalmente moradores da cidade – sobem o morro de bike, caminhando ou mesmo de carro, embora não seja possível chegar com o veículo até o topo. Se optar por ir assim, basta procurar por uma das várias entradas do parque metropolitano.
Dica extra: o passeio pelo Cerro San Cristóbal combina com outras duas coisas: visitar a casa do Neruda, que fica pertinho da primeira estação do funicular, e curtir a vida noturna no bairro Bellavista. Aproveite a ocasião para fazer pelo menos um desses programas.
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Ótimo post Rafael, o Cerro é indispensável estando em Santiago, estive lá em dezembro/15 e tirei ótimas fotos, subimos de funicular, tudo muito simples e fácil, só chegar no local e fica tranquilo de entender.
Os arredores do Cerro também oferecem muita coisa boa, diversos restaurantes no Patio Bellavista.
Os restaurantes são bons mesmo, André. E a vista é ótima.
Abraço.
Que inveja dessas suas fotos!!
Eu estive em Santiago no feriado do mês passado e adorei ter conhecido o Cerro… Ficamos inclusive em um apto ali pertinho, dava pra ir a pé…
A inveja fica por conta da poluição, que não me deixou ter fotos tão bonitas como as suas… Parece que tem épocas do ano que melhora, né? Eu subi dois dias, e nos dois dias tinha muita poluição lá embaixo… 🙁
De qualquer forma eu gostei muito muito de Santiago, foi minha primeira vez lá mas com certeza não será a última!
haha! Eu te entendo perfeitamente, Marcela. Estive em Santiago em duas ocasiões. A primeira foi num inverno, como você. E havia uma camada grotesca de poluição na cidade. No inverno é sempre assim. A inversão térmica e a cordilheira pioram a situação.
Em outras épocas é diferente. E a vista fica mais bonita. Tente ir no verão numa próxima vez. Você perde a neve nas montanhas, mas ganha outras coisas. 🙂
Abraço.