O branco interrompe a paisagem dominada quase sempre por tons terrosos. Já o avistamos de longe, da estrada que leva até a entrada das Salinas de Maras. Encravadas na Montanha Qaqawiñay, a 3.380 metros de altitude, até parecem casinhas brancas de alguma cidade dessas de cartão-postal. Mas não. À medida que avançamos, fica claro que se tratam de pequenas piscinas construídas em degraus no terreno inclinado para a produção do principal produto dali, o sal.
Rodeado pelas montanhas andinas, a 40 quilômetros de Cusco e a um quilômetro da pequena vila de Maras, esse pequeno oásis salino vem ajudando no sustento das famílias camponesas desde o período pré-inca e chegou a abastecer de sal o Império Espanhol durante a colonização. Hoje, além do sal e de produtos feitos com ele, como pimentas e outros temperos, as Salinas trouxeram para a população local uma nova oportunidade de sustento: o turismo.
Maras só é acessível por uma estrada de terra que se curva e serpenteia por entre os morros da região, mas tem um trunfo na manga: nasceu de cara para a cordilheira de Urubamba e dali se pode ver os picos nevados de “Verônica” a e “Chikón”. Isso, e sua posição estratégica no Vale Sagrado dos Incas, acabou tornando a travessia Moray – Maras bastante comum entre os trilheiros da região e nas agências de turismo, que oferecem passeios de um dia entre as cidades. E, no meio do caminho, estão as Salinas de Maras.
Desde cerca de dois mil anos atrás, o sal é obtido através da evaporação da água de um manancial subterrâneo hipersalino, que é direcionada por um complexo sistema de canais que abastece as piscinas do alto para baixo, em um fluxo muito bem controlado pelos salineros.
Ainda hoje, o sal é extraído utilizando as mesas técnicas tradicionais, que são passadas de geração para geração pelas famílias que mantém as mais de três mil piscinas da salinera, em esquema de cooperativa. Qualquer morador de Maras pode ter seu tanque e trabalhar nas minas de sal, e o dinheiro arrecadado com a entrada de visitantes é dividido entre eles.
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O Sal de Maras
Nas dezenas de barraquinhas que se montam do lado de fora e dentro da salinera estão à venda todo o tipo de produto feito do sal de Maras. Tem o sal comum e com temperos diversos, tem kit de cozinha, tem lembranças superfaturadas típicas dos lugares turísticos. À primeira vista, pode parecer caro pagar 15 soles (R$17) por um potinho de sal, mas depois de entrar em contato com as técnicas tradicionais e conhecer um pouco mais sobre o produto o preço se justifica.
Há apenas quatro lugares no mundo nos quais é possível extrair o sal rosa, reconhecido por sua tonalidade característica devido à presença de elementos como o magnésio, cálcio, potássio e silício. O mais famoso deles é o Himalaia, mas as Salinas de Maras fazem parte desse seleto grupo. Apesar de controverso no meio científico, muitas pessoas acreditam que esse sal possui uma qualidade superior, tanto pelos minerais presentes em sua composição, quanto por apresentar uma quantidade reduzida de sódio.
Como visitar as Salinas de Maras
O acesso às Salinas de Maras custa 7 soles (R$8), que devem ser pagos em espécie na bilheteria local. O lugar não está incluso no boleto turístico do Vale Sagrado.
Para chegar, a forma mais comum é contratando um tour de agência em Cusco. Eles cuidam do transporte e incluem guia. No entanto, os mais aventureiros podem seguir a pé pela estrada de terra desde Urubamba, passar pelas salinas e seguir rumo à Maras. Esse é o trajeto mais usual, já que Urubamba tem mais estrutura turística, mas nós fizemos ao contrário: estávamos hospedados em Maras e seguimos até Urubamba, percorrendo a bucólica paisagem andina. Se você também quer ter essa experiência, veja aqui opções de hospedagem no Vale Sagrado dos Incas.
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Resumo muito bom. Dicas ótimas…. Obrigada