Se você nunca ouviu falar de Antoni Gaudí, uma breve visita a Barcelona é suficiente para te fazer íntimo da obra desse artista. É impossível passear pela cidade sem se deparar com alguma marca registrada dele. Tanto que dá para reservar um dia inteiro (ou mais) só para conhecer as casas, parques, esculturas e fontes que ele construiu por lá.
Nascido em algum lugar da Catalunha (não se sabe ao certo onde), Gaudí foi um arquiteto que viveu em Barcelona na virada do século 19 para o 20. Católico fervoroso, ele também tinha devoção pela natureza e incorporava influências dessas duas paixões em suas obras. Seu estilo único não agradou a muita gente na época, como é comum que aconteça a grandes gênios. Mas o apoio financeiro de um rico empresário o ajudou a concretizar grande parte de suas obras.
Os monumentos são tão marcantes que você vai ter certeza que está diante de algo construído por ele só de olhar, mas a gente não vai deixar você perambular pela cidade para encontrá-los. Nós preparamos um tour pelas principais obras de Gaudí que pode ser feito a pé e de transporte público. Veja só:
Em 1h30 de caminhada você conhece as principais obras de Gaudí, mas o roteiro também é acessível por transporte público
Palácio Güell
Foto: Enfo/Wikimedia Commons
Carrer Nou de la Rambla, 3-5. Metro: Liceu.
A primeira parada do tour pela Barcelona de Gaudí é no Palácio Güell que, por coincidência ou não, foi também uma das primeiras obras construídas pelo arquiteto na cidade.
Encomendada por Eusebi Güell, o tal do empresário que atuava como mecena de Gaudí, o palácio serviu de residência para o empresário e sua família. Foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e passou sete anos fechado para visitação, só tendo sido reaberto em 2011.
Veja também: Onde ficar em Barcelona – Os melhores bairros
Casa Batlló
Passeig de Gràcia, 43. Metro: Gràcia.
Quando Don José Batló Casanovas contratou Gaudí para reformar uma propriedade, ele não imaginou que estaria financiando uma das principais obras de arte expostas nas ruas de Barcelona. Com fachada colorida e aparência psicodélica, a Casa Batlló chama a atenção de longe, mas também guarda surpresas em seu interior.
Na cidade, é conhecida como Casa dos Ossos, devido ao formato dos balcões – que parecem crânios. Cada pessoa que olha, interpreta as formas de uma forma, mas muita gente concorda com a ideia de que as escamas representam um dragão e que a chaminé seja uma alegoria para São Jorge.
A entrada é bem salgada, ainda mais se comparada com grandes atrações europeias: 20 euros.
La Pedrera/Casa Milà
Foto: Enfo/Wikimedia Commons
Provença, 261, esq. com Passeig de Gràcia. Metro: Diagonal
A apenas 4 quarteirões da Casa Batlló fica outro edifício com o toque de Gaudí. Construída a pedido de um empresário, a casa possui paredes curvas e sacadas inusitadas. Durante a construção, Gaudí se irritou com o proprietário sobre a forma como o lugar deveria ser decorado e abandonou o projeto. A disputa chegou aos tribunais e o empresário teve que hipotecar a casa para arcar com os custos.
Na década de 1980, o estado de conservação da casa não era dos melhores. O lugar só foi reaberto para visitação depois que um banco resolveu que valia a pena restaurar aquela obra de arte. Dentro do prédio, os visitantes encontram um apartamento com decoração modernista, uma loja no térreo e um centro cultural. Do terraço se tem uma ótima vista da cidade. O ingresso da Casa Milà também pode ser comprado pela internet.
Sagrada Família
Carrer de Mallorca, 401. Metro: Sagrada Família.
Considerada a obra-prima de Gaudí, a Sagrada Família é certamente a igreja mais diferente na qual eu já pisei, cheia de formas, cores e detalhes impressionantes. O arquiteto criou o templo em cima do projeto original de uma igreja neogótica. O resultado é incrível, tanto por dentro quanto por fora.
Gaudí dedicou 40 anos na construção dessa igreja e não viveu para vê-la concluída. A demora na construção acabou por gerar um problema na continuidade da obra: Gaudí nunca fazia esboços e planos detalhados de seus trabalhos. Ao contrário, utilizava maquetes e planos gerais e ia improvisando à medida que avançava nos projetos. Depois de sua morte, não havia alternativa para terminar a igreja que não fosse pedir para alguém imaginar como Gaudí iria prosseguir dali pra frente e criar um projeto que fosse fiel aos princípios do arquiteto.
Quando ele morreu, apenas a Fachada da Natividade – a parte frontal da igreja – estava concluída. Ai veio a Guerra Civil Espanhola e destruiu os escassos croquis feitos por ele. A construção ficou parada nesse período e só foi retomada em 1944.
Em 2026, ano em que a Sagrada Família deve finalmente ficar pronta, terão se passado 140 anos do início das obras. Já marquei na minha agenda um bom motivo para voltar a Barcelona. Se você não quiser esperar isso tudo, pode ter uma ideia de como ela vai ficar neste link.
Há um tour guiado (em inglês e espanhol) pela igreja. O passeio por ser comprado pela internet e o preço já inclui a entrada no templo.
Parc Güell
Carrer d’Olot, 5. Metrô Lesseps.
É fato conhecido que quando as pessoas ganham muito dinheiro – do tipo mais-do-que-consigo-gastar – elas acabam torrando em coisas extravagantes e malucas. Algumas vezes, no entanto, algumas dessas coisas extravagantes e malucas acabam sendo verdadeiras obras de arte e a viagem de um tiozinho podre de rico acaba se tornando uma grande contribuição para o patrimônio cultural e artístico de uma cidade. Em Barcelona, essa extravagância recebe o nome de Parc Güel.
Eusebi Güell (sempre ele) comprou um terreno de 17 hectares na montanha El Camel. A ideia dele era construir um condomínio todo projetado pelo arquiteto e com uma vista privilegiada da cidade. O empreendimento não deu muito certo e Gaudí construiu apenas duas casas, além de deixar o terreno totalmente estiloso – com caminhos que imitam rios de lava e cavernas de tronco de árvore.
Uma dessas casas virou moradia para o próprio arquiteto e hoje sedia a Casa-Museu Gaudí. Em 1922, o espaço se tornou um parque aberto ao público. Para chegar lá, basta descer na estação Lesseps do metrô e andar uns 15 minutos ladeira acima. Antigamente, o acesso ao parque era gratuito, mas desde 2014 passaram a cobrar 8 euros pelo acesso ao local. Quem quiser economizar pode ir no primeiro domingo de cada mês, quando a entrada volta a ser livre.
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É assim mesmo fui em agosto de 2015 e o sol brilha até tarde , fiquei num hotel em Las Ramblas onde ferve mas como o hotel tem janelas antiruido não houve problemas . O parc Guell é pago coisa que achei injusta pois é um local que não tem obras que necessitem tanta conservação , por isso achei o valor salgado.
Carminda, sim, uma pena que começaram a cobrar pelo Parc Guell. Também acho que deveria ser de livre acesso.
Abraços
Obras fantásticas!!! Só uma coisinha, estive em Barcelona em jan/2014 e a entrada do parc guell não é mais de graça, quando fui estava 8 euros!!
Adoro o blog, bjos!!
Olá Fernanda, é mesmo? Que chato isso, hahaha, estou voltando para Barcelona ano que vem e tinha a ideia de ir correr no Parc todos os dias. Pelo visto não vai dar. Obrigada pela informação.
abraços
Estive lá agora em outubro. A entrada é grátis sim!
Nao é gratis…acabei de voltar de la!
Pois é Wal, eu também não me lembro de ter pagado…
Oi gente!
É e não é grátis!
O parque é público, aberto à população, mas a parte monumental, onde tem os bancos ondulados, o dragão e as portarias, é paga.
Uma dica é sair pela estação de Vallcarca em vez de Lesseps, assim você sai na parte superior do parque, com uma bela vista (e 0800!) 😀
Um abraço!
Obrigada pela informação, Constance!
Sou apaixonada pelas obras de Gaudí, tudo tão incrível! Quando estive em Barcelona fiz um “walking tour” gratuito que tinha um roteiro parecido com o do post… foi sensacional!
Ei Bruna, que legal! Você tem o link do site desse walking tour pra indicar aqui?
Abraços!
Tenho sim: https://www.runnerbeantours.com/barcelona-tours/free-walking-tour-gaudi/12
Eles também oferecem outros tours, mas alguns são pagos…. fiz outro free pelo bairro gótico, mas não foi tão legal quanto este!
realmente são fantasticas as obras do gaudí…
ficamos num ibis atras da sagrada familia, onde da janela, dava pra ver uma das torres!
barça é uma cidade que bomba no verão! fomos em agosto, e as ruas estavam cheias, tanto de dia, qto de noite, parecia uma balada sem fim! um calor miserável, e pra ajudar, um sol que se fixa até as 22hs, pra ninguem deixar de aproveitar o dia! pena o catalão ñ ter esse calor humano, que a cidade transpira! pense num povo rude! rs
Ei Marcelo, que ótima localização a sua. Eu fiquei a poucos quarteirões da Casa Batlló. E realmente a cidade é muito viva, cheia de gente até tarde. Isso que eu adoro na Espanha em geral. Abraços!