Quando o assunto envolve passeios por vinícolas na Itália, a maioria dos brasileiros acaba buscando a região da Toscana. Nada contra, afinal a Toscana é incrível. Mas o norte do país também tem uma cultura de vinho e gastronomia sensacional e que vale a pena incluir no roteiro.
Eu rodei essa região por uma semana, junto com outros blogueiros, no Blogville Lombardy. Foi durante essa viagem que eu aprendi que não existe almoço leve na Lombardia. Esse era o nosso programa diário. Nós chegávamos às 11h da manhã na vinícola e só parávamos de comer e beber às 18h.
A Lombardia é uma região italiana que tem 248 produtos tradicionais certificados pela União Europeia. São queijos diversos, como a Gorgonzola, o Grana Padano e o Provolone, além de salames de variados tipos. Pratos comuns são o Risotto alla milanese, feito com açafrão (também produzido na região), ou a Cotoletta a milanesa, com carne de porco. E muita massa, muita manteiga, muito azeite, bacon, polenta…
Como essa também é uma região de belos lagos, são nos entornos dessas paisagens deslumbrantes que ficam as vinícolas. Eu não sou nenhuma enóloga, sinceramente, mas visitei três delas que achei que interessantes e vou indicar para vocês, explicando um pouco como foi o passeio. Afinal, esses lugares acabam concentrando também hospedagem e restaurantes, o que torna a vida dos visitantes muito mais fácil.
Cantina Bulgarini, em Pozzolengo
Essa vinícola produz o vinho Lugana, que tem Denominação de Origem Controlada (DOC), ou seja, é uma produção tradicional e o nome só pode ser dado a vinhos produzidos segundo regras rígidas de um consórcio.
Regras que vão desde como a uva é plantada até o modo de engarrafamento. A família Bulgarini trabalha com fazendas desde 1930 e o negócio dos vinhos foi passado de pai para filho. Apesar de ser uma vinícola grande, o processo de seleção das uvas ainda é artesanal: são colhidas a mão, uma por uma.
A Cantina Bulgarini está aberta para visitação de segunda a sábado, das 9h às 18h30. Eles promovem degustação e servem comidinhas. Clique aqui para o endereço.
Selva Capuzza, Desenzano di Guarda
Selva Capuzza é o nome de uma fazenda que reúne uma vinícola, de mesmo nome, um restaurante, chamado Cascina Capuzza e um agriturismo, o Borgo San Donino. Tudo isso é conectado e desenvolvido dentro dos 50 hectares da propriedade. A casa, por exemplo, é do século 15. Além das vinhas, há 700 oliveiras e também bosques onde nascem trufas (o cogumelo).
Eles produzem três tipos de vinho, todos DOC: Lugana, San Martino della Battaglia, e Garda Classico. O restaurante serve comida tradicional e feita artesanalmente. Sem exagero, foi um dos melhores almoços da minha semana. Claro, no Cascina Capuzza, as refeições são acompanhadas com vinhos Selva Capuzza.
É possível pedir o menu a la carte ou uma refeição com quatro pratos (aperitivo, entrada, primo piato, secondo piato e sobremesa) e vinho incluído, por 38 euros. Também é possível só fazer a degustação de vinhos, mas é necessário reservar com antecedência.
Horários de abertura e endereço no site oficial.
Bellavista, Erbusco
Essa é a mais chique das três vinícolas. A Bellavista é uma empresa familiar do grupo Terra Moretti. Eles produzem Franciacorta, que é o vinho espumante premium italiano, assim como o Champagne está para a França. Se você gosta de espumantes, vale muito a pena.
Além disso, foi um dos passeios de vinícola e adega mais interessantes que eu já fiz. Achei informativo e prático. Conhecemos vários estágios da produção e eu aprendi que enquanto as garrafas de Franciacorta ficam envelhecendo, tem uma pessoa que é responsável por girá-las diariamente , para que os resíduos da uva não se acumulem. Detalhe, eles produzem mais de um milhão de garrafas por ano.
O passeio também garante a degustação de dois tipos de vinho. Para fazer a degustação/visita é preciso reservar antes por email: info@bellavistawine.it. Mais informações no site oficial. A família que é dona da vinícola mora do lado da adega. Eles também são donos de um hotel 5 estrelas nos arredores, o L’Albereta.
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Nem precisava tanto , só de ver a beleza dessas massas eu já achei incrivel , muitíssimo interessante !
Value Natália!