Uma pequena parte da Serra Gaúcha que tem mais de três dezenas de vinícolas, tudo isso a cerca de duas horas de Porto Alegre. Algumas delas funcionam há 100 anos e produzem vinhos de altíssima qualidade, história que começou com os imigrantes europeus, no final do século 19. Apesar de estarem ali há tanto tempo, o brasileiro, que é chegado no enoturismo quando está no exterior, ainda não conhece as vinícolas do Vale dos Vinhedos. E isso é uma pena.
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As vinícolas do Vale dos Vinhedos
Escolher quais vinícolas você vai visitar é uma tarefa complicada, eu sei. O mapa do site oficial do Vale dos Vinhedos, que está disponível para impressão aqui, pode te ajudar nessa tarefa. A lista abaixo se concentra nas de Bento Gonçalves – ainda há as vinícolas de Garibaldi, a cidade dos espumantes, e de Monte Belo do Sul, grande produtora de uvas. Neste texto, falaremos das seguintes vinícolas do Vale dos Vinhedos:
- Casa Valduga
- Vinícola Dom Cândido
- Vinhos Titton
- Vinícola Terragnolo
- Vinhos Larentis
- Peculiare Vinhos Finos
- Miolo
- Lidio Carraro
- Cave de Pedra
- Pizzato Vinhas e Vinhos
- Dom Laurindo
- Angheben Vinhos
- Torcello
- Aurora
Casa Valduga
Foi a primeira que visitei, na manhã seguinte ao desembarque em Bento. A Casa Valduga é uma das mais conhecidas vinícolas do sul do país, história que começou há 140 anos, quando os primeiros membros da família Valduga chegaram no Brasil e começaram a cultivar parreirais. Três gerações depois, a família resolveu ampliar o negócio e criar uma das grandes vinícolas do país. A Casa Valduga exporta vinhos para 20 países e também é conhecida pelos espumantes.
Fica na Via Trento, 2355, na zona rural de Bento Gonçalves, o que complica a vida de quem não está de carro. O mesmo vale para quase todas as vinícolas. Se você resolver alugar um veículo em Porto Alegre – eu fiz isso – nesse texto aqui explicamos como garantir a diária do carro com melhor custo/benefício.
Mas voltemos a falar da vinícola: o tradicional tour não precisa ser agendado e ocorre todos os dias, de hora em hora, das 9h30 às 16h30, exceto domingos e feriados, quando o último tour é às 15h30. Dura 1h15 e custa R$ 40. Todos os participantes ganham uma taça de cristal. Além disso, a Casa Valduga também tem cursos e pousadas. Mais informações aqui.
Vinícola Dom Cândido
Vinícola familiar que fica ao lado da Casa Valduga e foi criada por Cândido Valduga. Se você estiver de carro, pode ser uma boa ideia procurar outra vinícola, para variar um pouco. Quem estiver a pé tem a facilidade de se deslocar de uma para outra. A Dom Cândido Vinhos Finos fica na Estrada Via Trento, 2169. As visitas ocorrem todos os dias, das 9h às 17h30, e a taxa de entrada é de R$ 20. Detalhes aqui.
Vinhos Titton
Alcedino Titton e Rosa Tansini se casaram, resolveram cultivar uvas e criaram um filho que se tornou enólogo. Assim nasceu a Vinhos Titton, outra empresa familiar que fica na mesma região e começou produzindo vinhos para consumo próprio. O site da empresa não dá informações sobre visitação, mas não custa bater na porta e tentar entrar no próximo grupo. O endereço é Linha Leopoldina, KM 06.
Vinícola Terragnolo
Mais uma do clã Valduga. O nome é por conta da cidade italiana onde moravam os antepassados de Sandro Valduga. A produção de vinhos é limitada e tem o selo de denominação de origem do Vale dos Vinhedos. A Vinícola Terragnolo também produz sucos e geleias. A visitação é de segunda a domingo, das 8h às 18h, e o endereço é Linha Leopoldina, sem número. Saiba mais aqui.
Vinhos Larentis
Arcangelo Gabriele Larentis deixou Trento, na Itália, em 1876. Ao chegar ao Brasil, não demorou para cultivar as uvas Chardonnay, Merlot e Cabernet Franc. Além da visitação tradicional, a vinícola tem piqueniques nos vinhedos, colheita noturna (somente em fevereiro, durante a vindima, degustação de vinhos em barricas e um dia de poda nos parreirais (exige agendamento). Não visitei, mas fiquei interessado nos passeios da Larentis, que fogem do tour tradicional por vinícolas. O endereço é praticamente o mesmo das anteriores, na Linha Leopoldina. Detalhes aqui.
Peculiare Vinhos Finos
A história se repete e o endereço também, mas muda o nome da família: aqui quem manda são os Zorzi, que já vivem dos vinhos há três gerações. A visitação e degustação é de segunda a domingo, das 8h às 18h. Site oficial.
Miolo
Outra das grandes vinícolas, com mais de 100 rótulos na produção. Quando eu fui o horário de visitação estava encerrado, então acabei não entrando. Dica extra: o bar do Spa do Vinho, de frente para a Miolo, é aberto para quem não é hóspede e tem uma vista linda da região. O endereço é RS 444, Km 21. Visitas de hora em hora, das 9h às 16h30 (15h30 aos domingos e feriados). A entrada custa R$ 20. Site oficial.
Lidio Carraro
A vantagem de visitar vinícolas com produção menor é a possibilidade de fazer uma visita guiada com alguém da família. Assim costuma ser na Lidio Carraro, que fica na RS 444, km 21. Eles também programam jantares com harmonização de vinhos para grupos de viajantes. Site oficial.
Cave de Pedra
Construída em pedra basalto, a Cave de Pedra chama atenção pelo formato, digamos, medieval – um castelo no meio do Vale dos Vinhedos. Especializada em espumantes, a Cave de Pedra fica na Linha Leopoldina, 315. Visitas das 10h ás 17h, com encerramento uma hora mais cedo aos domingos e feriados. Site oficial.
Pizzato Vinhas e Vinhos
Com o desenvolvimento do Vale, várias vinícolas surgiram a partir da década de 90, entrando para um grupo que tem também empresas com mais de um século. Esse é o caso da Pizzato Vinhas e Vinhos, criada em 1998, mas que já produziu um dos melhores Merlot do Brasil. Abrem todos os dias, de das 10h às 17h. Detalhes aqui.
Dom Laurindo
Eu gosto muito dos vinhos da Dom Laurindo e já até descobri onde comprar aqui em Belo Horizonte. É outra vinícola familiar, dos Brandelli, criada no final do século 19. Eu trouxe algumas garrafas para casa e não me arrependi. Fica na Estrada do Vinho, 8 da Graciema. A degustação é paga, mas o valor pode ser usado na compra de vinhos. Site oficial.
Angheben Vinhos
Outra família que deixou a Itália no final do século 19. Eles já viviam de videiras desde aquela época, mas a Angheben Vinhos foi criada somente no final da década de 90. Fica no quilômetro 4 da RS 444. Visitas de 10h às 17h. Detalhes aqui.
Torcello
Torcello é o nome de uma das mais famosas ilhas ao redor de Veneza, na Itália, um passeio tradicional da cidade. Foi o nome escolhido para essa vinícola, que produz apenas 10 mil garrafas por ano de vinhos tintos, 15 mil espumantes e 30 mil litros de suco de uva. Processo artesanal que você pode conhecer de perto. Fica no quilômetro 16 da RS 444. Visitas das 9h às 17h30, com encerramento uma hora mais cedo aos domingo e feriados.
Aurora
Eu conhecia a Aurora pelo suco de uva, que é vendido em tudo que é supermercado e até padarias Brasil afora. Resolvi visitar a a vinícola por conta da localização central em Bento Gonçalves, que dispensa o carro. Outro diferencial é que a Aurora é uma cooperativa, fundada por 16 famílias, em 1931. Hoje já são mais de mil famílias no grupo, que produz quase 40 milhões de litros de vinhos e sucos. Agora você percebeu como as vinícolas que produzem apenas 10 mil garrafas por ano são pequenas, né? Fica na Rua Olavo Bilac, 500, no centro de Bento Gonçalves. Horários e datas da visita guidada aqui.
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Rafael parabéns pelo blog, espero que continue a compartilhar conosco suas experiências!
Obrigado, Karina.
Abraço.
Oi Rafa, estou planejando uma viagem de 3 dias pra lá ano que vem e adorei o post. Algumas perguntas, você por acaso cogitou contratar um motorista por lá? Pergunto pela questão da bebida x direção. Até procurei pelo tema aqui no 360 mas não achei nada. Outra dúvida, achei bem legal a Dom Laurindo também, quanto tempo durou a degustação?
Obrigada
Oi, Luciana.
Não contratei motorista. O jeito é revezar na direção. 🙁 Mas não acho que seja inviável contratar não, só não consigo indicar o serviço.
A degustação na Dom Laurindo é rápida, coisa de meia hora, no máximo. Mas os vinhos são maravilhosos.
Qualquer coisa é só falar.
Abraço!
Ola Rafael,
estou pegando ótimas dicas aqui para montar meu roteiro, agora para as férias de julho! Parabéns pelo trabalho.
Mas me surgiu uma dúvida lendo, você (e todos os sites e blogs que já li) diz que a melhor opção é alugar um carro, por conta das distancias.
Mas as inúmeras degustações? Como fica?
Qual a opção para quem não quer alugar carro? Já procurei indicações sobre isso e ainda não achei nenhuma informação…
Desde já agradeço a atenção.
Oi, Vivian. Sim, isso é um problema. A questão é que são dezenas de vinícolas e restaurantes espalhados pela área rural e sem transporte público eficiente. Uma saída, se não for possível um rodízio de motoristas, é contratar um passeio, desses que visitam duas ou três vinícolas no mesmo dia. Tente conversar sobre isso com algum hotel de Bento.
Você também pode se hospedar dentro de uma vinícola. Veja esse texto aqui: https://www.360meridianos.com/dica/melhores-hoteis-vale-dos-vinhedos
Abraço.
Ótimo post! Como moradores de Porto Alegre e amantes dos bons vinhos e da boa comida, somos visitantes meio que frequentes de Bento Gonçalves e região.
Vale muito a visita ao Vale dos Vinhedos. Tem muita coisa boa. Conheço a Valduga, onde fizemos o tour com degustação – com direito a demonstração de sabragem pela guia (aquele negócio de abrir uma garrafa de espumante com um sabre). Não conheço ainda a Almaúnica in loco, mas conheço o espumante deles, que é uma delícia.
Mas acho que, além do Vale dos Vinhedos, acho que os vinhos de Pinto Bandeira também merecem atenção, principalmente a Vinícola Valmarino, a Cave Geisse (o tour com degustação deles é bem completinho, e as espumantes são uma melhor do que a outra) e a Vinícola Don Giovanni, que, além de bons vinhos, tem uma pousada super aconchegante.
Obrigado pelas dicas, Luciana! Quero muito voltar. 🙂
Abraço.
Rafael,
Parabéns pela sua coragem de fazer o que gosta. Eu e minha esposa adoramos vinho e o blog seu é sensacional. Esperamos um dia visitar as vinícolas do Sul e da Itália.
Sinto só pelo seu América-MG. Sou torcedor do Santos e não poderia deixar passar essa !!!
haha. Tá tudo bem, Sostenes. Já passei coisa muito pior com o América.
Abraço!
Fui agora no final de julho na Miolo.
Não sou nenhum entendedor de vinhos, mas gostei muito das explicações do enólogo que fez nossa visita guiada.
A degustação após a visita teve três vinhos muito gostosos.
Recomendo a visita.
Infelizmente nessa época do ano as parreiras não estão com flores, então terei minha desculpa para visitar novamente entre dezembro e fevereiro.
Sempre há razões para voltar, Igor!
Abraço.
Fiz um tour de 15 dias pela região em maio deste ano. Três vinícolas que pra mim são imperdíveis: 1)Pizzato (já no final da Rota dos Vinhedos) que é uma vinícola relativamente pequena e produz vinhos deliciosos com ótimo custo/benefício. Não tem visita à produção mas a degustação é conduzida pela enóloga da empresa e, se você der sorte como eu, vai conseguir provar TODOS os vinhos que eles produzem. 2) Almaúnica: se não me engano é a mais nova da rota, vinícola boutique com produção beeem pequena. A visita é rápida mas bem bacana e os vinhos deles são simplesmente incríveis. É a única que produz Malbec na região. 3) Cave Geisse – esta é em Pinto Bandeira – especializada em espumantes. A propriedade é linda e quem estiver disposto a desembolsar uns reais a mais pode conhecer os vinhedos e ter uma aula sobre produção. Quem tiver menos tempo pode fazer uma das três degustações oferecidas acompanhada de uma visita rápida mas bem instrutiva pela produção. O espumante deles é divino.
E na categoria “grandes vinícolas industriais” eu gostei da Salton. É a única em que a gente consegue conhecer a produção a todo vapor e ver todas as etapas: da entrada da uva na fábrica até a expedição. Mas recomendo ir em um dia de semana em que tudo está funcionando.
Ótimas dicas, Lili! Muito obrigado, complementou bem o post. 🙂
Abraço.
Oi Rafael!
Primeiro, parabéns pelo post!
Eu fui na Salton também, que não fica exatamente no vale dos vinhedos, mas que também vale muito a visita! E ali pertinho fica a Casa Postal, que é pequena, mas vale a visita (o restaurante também é uma delícia!).
Abraço,
Gabi
Obrigado pelas dicas, Gabi. 🙂
Abraço.