“Esse foi o museu mais bonito que já conheci”. Fiz essa afirmação no Instagram, após visitar o Museu d’Orsay, em Paris. Algumas pessoas me acharam exagerada, mas a maioria concordou comigo. Eu não estava tentando causar polêmica, no entanto. De fato, achei o d’Orsay, antiga estação de trem em Paris que foi transformada em museu, o mais bonito que já entrei até hoje (ainda não estive no Hermitage, por exemplo, para comparar).
Fato é que as polêmicas sobre o Museu D’Orsay não pararam por aí. O lugar também me fez refletir bastante sobre fotografia em espaços de arte, uma vez que não permitem – mudaram a regra: agora está liberado – fotografar lá dentro (não deixe de ler e comentar esse post). Finalmente vou escrever um pouco sobre por que eu gostei tanto desse lugar e porque acho que ele vale tanto uma visita quanto o Louvre.
De estação de trem a espaço das artes
Se você entrar no Museu d’Orsay e tiver súbitas lembranças do filme “A invenção de Hugo Cabret”, ou qualquer outro sobre pessoas viajando de trem em Paris, não, você não estará fazendo uma associação fora da caixa. O prédio que abriga o museu foi inaugurado em 1900, como uma estação de trem muito da glamorosa, para a famosa Exposição Universal desse ano (o mesmo evento nos garantiu a construção da Torre Eiffel, em 1889, e da Estátua da Liberdade, em 1878).
Do filme “A Invenção de Hugo Cabret”
O relógio do Museu d’Orsay, com a vista para Paris
O lugar antes havia sido um palácio, completamente destruído pelo fogo, nas revoltas de 1871. Daí, quando pensaram em fazer uma estação de trem nas redondezas do Jardins das Tulherias, a obrigação é que a fachada casasse bem com a finesse do bairro.
Os arquitetos envolvidos no processo cuidaram bem disso e um prédio elegante e moderno foi construído. Como os trens que circulavam por ali eram elétricos, eles puderam fazer todo o telhado de vidro. O hall era charmoso e impressionante e um hotel de luxo completava a construção da Estação Orsay.
Mas os anos foram passando e, lá pela altura de 1939, a Estação Orsay estava obsoleta – só circulavam por ali trens suburbanos. Com a guerra, ela acabou perdendo completamente a função. Foi estação de correios, cenário de filmes e casa de leilões. Até que, em 1973, fechou oficialmente as portas.
Nos anos seguintes, muito se discutiu o que seria feito do espaço e quase que a proposta de colocar tudo abaixo e construir um hotel moderno ganhou a briga. Felizmente, em 1977, os políticos mudaram de ideia e decidiram fazer dali um museu. O prédio ganhou o título de Monumento Histórico e em 9 de dezembro de 1986 o Museu d’Orsay abriu as portas para o público.
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O Museu d’Orsay: coleções e visita
O d’Orsay é um museu bem fácil de visitar, ainda mais se comparado ao vizinho Louvre. Afinal, são apenas três níveis, que se dividem principalmente entre pinturas e esculturas, e também artes decorativas, fotografia, e artes gráficas, datadas de 1848 a 1914.
As obras vieram de três museus diferentes: do Louvre, as obras de artistas nascidos depois de 1820; do Museu Jeu de Paume, focado em Impressionismo; e do antigo National Museum of Modern Art, que quando mudou-se para o Centre Georges Pompidou só manteve as obras de artistas nascidos depois de 1870.
Entrada do museu e a fila ali no fundo
A fila para entrar no museu é longa. Realmente longa. Eu fiquei uma hora esperando. Só quem tiver o Paris Museum Pass consegue burlar a espera #ficaafica. Uma vez lá dentro, depois de comprar os ingressos (custa 11 euros, mas há descontos para estudantes, jovens e idosos), você dará de cara com a Ala Central das Esculturas. Foi basicamente o primeiro lugar que me tirou o fôlego.
Minha dica é que você visite a ala central, mas deixe as exposições das alas laterais para depois. Siga para o último andar, onde fica a Galeria dos Impressionistas. Antes de entrar na galeria, aproveite para tirar fotos do relógio magnífico que fica do lado de fora. Esse é um dos poucos lugares do museu onde isso é permitido.
A Galeria dos Impressionistas está sempre lotada, mas como não pode tirar fotos lá dentro, até que flui bem. Tem cada pintura mais linda que a outra. Artistas como Monet, Manet, Degas, Cézanne, Renoir e um monte de outros nomes famosos. Mesmo que você não entenda nada de arte, como eu, vai reconhecer alguns dos quadros.
Uma foto bem borrada, só para mostrar como é a Galeria.
No final da galeria fica um café/restaurante que foi recentemente reformado por arquitetos brasileiros, os irmãos Campana (foto abaixo). Também nesse andar fica uma galeria de exposição temporária.
Descendo para o piso médio, há o terraço de esculturas, à esquerda e à direita, é onde ficam as obras de Rodin. Ali há vários banquinhos para você se sentar, descansar e admirar as obras e o prédio do museu.
Vista do museu do último andar
Nesse mesmo nível fica a Galeria dos Pós-Impressionistas, que é ainda mais cheia do que a dos Impressionistas, porque é menor e onde ficam as obras do Van Gogh e também do Gauguin. Outra ala imperdível nesse nível é a Salle des Fêttes, onde funcionava a sala de baile do hotel de luxo que funcionava na estação.
Mais uma foto clandestina =/
Por fim, de volta ao nível inferior, há uma grande ala de exposições temporárias, que você pode conferir a programação no site oficial do Museu d’Orsay. Recomendo também ler o post da Turomaquia, com muitas informações práticas sobre a visita. Além disso, se você quiser saber mais sobre os restaurantes dentro do museu, confira as informações do Conexão Paris.
Serviço Museu d’Orsay:
Horários de abertura: 9h30 às 18h (na quinta fica aberto até 21h45) – Fecha às segundas-feiras.
Endereço e acesso: 1 Rue de la Légion d’Honneur. Metro: linha 12 para Solférino; RER: linha C, para Musée d’Orsay; Ônibus: 24, 63, 68, 69, 73, 83, 84, 94
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Fiz a visita hoje e estava buscando impressões sobre ele.. Estava permitido tirar fotos, alias tinha muita gente mesmo tirando foto de todos os quadros. Sua visita foi em abril? Abraços.
Oi Adriana,
Minha visita foi em Janeiro.
Vou trocar a informação no post, obrigada pelo toque.
abraço
Um museu menor mas vale a pena.Tem as famosas Ninféias de Monet, enormes, numa sala especial,que cobrem 04 paredes.Fui lá antes do D’Orsay e comprei o ingresso valido para os dois,a 16 euros.E pequeno,da para ver os dois na mesma visita,além de estar bem próximo.
Brigaduuuu pela indicação do Turo 🙂
beijos
Até porque ao visitar o Louvre, não se consegue ter a mesma sensação de admiração e tranquilidade com tamanha convulsão das pessoas que só pensam em chegar a Monalisa. O Orsay realmente cumpre o papel de um excelente museu de contemplação.
Eu gostei muito do Louvre, mas é tão grande que um dia inteiro não basta para visitar, praticamente…
Já o Dorsey dá para fazer tudo mais tranquilamente
É lindo mesmo! Quando lá estive, comi uma torta e bebi uma taça de champanhe no restaurante lindo, de onde tem-se vista para o Sena. Senti-me rhyca e phyna!
Nossa, aquele restaurante é a cara da riqueza mesmo!
Também achei o mais bonito.Estive visitando semana passada.Agora permitem fotos no interior.E o mais gracioso mesmo.Comprei um ingresso por 16,00 Euros,no museu D’Orangerie com direito a uso la e no Orsay.Parabens pelo post.
O que você achou do D’Orangerie? Eu não tive tempo de ir