Eu não sei se foi porque eu li esse livro poucos dias antes de desembarcar na França ou se porque eu mergulhei nele apenas depois de ter assistido Meia Noite em Paris três vezes, mas o fato é que Paris é uma Festa fez com que eu me apaixonasse por Ernest Hemingway.
Eu já tinha lido O Velho e o Mar, outro romance do escritor, e confesso que não me empolguei muito. Essa experiência não tão satisfatória fez com que eu demorasse alguns meses para tirar Paris é uma Festa da estante. Grande erro! Publicada em 1964, três anos após sua morte, a obra traz as memórias da época em que Hemingway viveu na cidade-luz. Cheia de jovens artistas – que vieram a se tornar grandes -, cafés, festas e jazz, a Paris dos anos 20 é retratada com toda a sua atmosfera viva e boêmia.
Se você assistiu ao filme Meia Noite em Paris, de Woody Allen, vai encontrar muitas coisas em comum entre as duas obras. Os personagens, cenários e o encanto com a cidade são os mesmos. Como Hemingway não é tão descritivo e está mais focado em seus pensamentos e emoções, o filme consegue dar uma visão mais ampla do que foi a Paris do início do século, ajudando você a absorver e entender melhor a atmosfera na qual Hemingway criou suas memórias.
A obra pode ser lida como um guia para explorar a cidade para além dos monumentos e cartões-postais. Muitos dos bares, cafés, restaurantes e livrarias frequentadas pelo escritor e seus amigos famosos, como Scott Fritzgerald, James Joyce, Ezra Pound e outros integrantes da geração perdida, ainda estão abertos e podem ser visitados. Por meio das memórias do escritor, também conseguimos enxergar a capital francesa não com olhos de turista, mas de um apaixonado.
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Hemingway escreveu Paris é uma Festa pouco antes de se matar. A obra possui um tom de desistência e desencanto que ele provavelmente sentia no fim de sua vida. A juventude em Paris é retratada no livro como a única época em que ele foi realmente feliz, apesar da pobreza que o obrigava a pular refeições para garantir o vinho da noite. Até o romance com sua primeira esposa é descrito de forma terna e doce, o que nos leva a questionar se as memórias dele não estavam afetadas pela nostalgia.
É difícil culpá-lo por isso. Qualquer pessoa que tenha passado por Paris provavelmente guarda algumas das melhores lembranças da vida. De acordo com o próprio escritor: “Se você teve a sorte de viver em Paris quando jovem, sua presença continuará a acompanhá-lo pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma festa ambulante”.
– olá Mari fico contente por falares assim de Paris…Eu vivo em Paris há 1 ano e devo dizer-te que de todos os países onde vivi paris é o pior lugar onde alguma vez estive.
QUEM ME DÉRA TER CÁ PASSADO APENAS 48 HORAS…
Que pena que você não gosta, Mauro. Talvez o livro te ajude a ver a cidade de forma diferente.
Abraços
Nossa, por pura coincidência eu assisti este filme ontem!!!! Adorei o filme e com certeza vou colocar este livro na minha lista!!
Abçs!!
Pode colocar, Anderson! Você vai se sentir dentro do filme!
Abraços!
Quem não se contagia por “Paris é uma festa” só pode ser ruim da cabeça. Já li umas três vezes e a cada vez fico mais encantada com as histórias de Hemingway pela cidade, quando tinha que driblar a falta de grana e de reconhecimento, mas levava uma vida leve e feliz ao lado da esposa e dos amigos. Acho que as memórias dele conquistam de um jeito que, quando a gente lê, se sente com saudades de algo que não viveu. E dá uma vontade de largar tudo pra fazer um piquenique às margens do Sena com um vinho gostoso… 😉
Ei Mari, concordo com tudo que você disse. O livro é contagiante!
Abraços!